24 de set. de 2010

Matéria sobre os "Falsos Naturais"

Matéria de Danae Stephan editada pela Folha de SP 25 / 10 / 08

NATURAL, ‘PERO NO MUCHO’ Nem sempre o que o marketing vende corresponde à realidade: saiba o que vai dentro dos cosméticos
 
A indústria brasileira descobriu há alguns anos o poder que o apelo natural exerce sobre a venda de cosméticos. A busca por produtos menos agressivos ao organismo e ao ambiente é uma tendência mundial e seria de se esperar que o Brasil, com sua biodiversidade, fizesse parte desse movimento.
O problema é que, enquanto nos países desenvolvidos esse crescimento se dá por marcas certificadas, muitas orgânicas, por aqui o que mais se vê nas prateleiras são falsos naturais: têm rótulos apelativos, embalagens recicláveis, nomes sugestivos e até ingredientes da Amazônia. Já as fórmulas pouco diferem das convencionais.
 



Mesmo que contenham os ativos descritos nas embalagens (os extratos de açaí, cupuaçu e pitanga são os da moda), não significa que sejam naturais. As concentrações de óleos essenciais e extratos naturais são normalmente muito baixas e o restante da fórmula inclui corantes, conservantes e outros ingredientes que impossibilitam sua classificação como natural.


Estudos alertam sobre a periculosidade de determinadas substâncias largamente usadas em cosméticos. Os mais polêmicos hoje são os parabenos, triclosan, lauril sulfato de sódio e óleo mineral, derivado do petróleo, usado em óleos de banho e hidratantes, inclusive infantis.

O primeiro especialista a levantar os riscos dessas substâncias foi o médico Samuel Epstein, que considera os parabenos, por exemplo, carcinogênicos escondidos: não provocam câncer, mas estimulam uma divisão celular anômala em indivíduos com predisposição a desenvolver a doença", diz a engenheira química especializada em cosmetologia Sonia Corazza.
As pesquisas na área são esporádicas, e muitos componentes nunca foram estudados a fundo. Outros foram testados em animais, com resultados preocupantes, mas não em humanos. Outros estudos ainda relacionam certas substâncias ao câncer ou a má-formação fetal, mas se usados em doses muito maiores do que a encontrada em cosméticos.
Para fabricantes, isso prova a segurança dos produtos. Para os ativistas, a ciência está desconsiderando um fato importante: eles são usados diariamente, e em grandes quantidades.

Veja quais são os ingredientes mais polêmicos presentes nas fórmulas e por que evitá-los:


Parabenos - conservantes usados em mais de 90% dos cosméticos.
São quatro os mais comuns: butil, etil, metil e propilparabeno. Além de serem alergênicos, apresentam propriedades estrogênicas, ou seja, se comportam como um hormônio feminino. Estudos os associam ao aumento de câncer de mama.


Lauril sulfato de sódio - principal componente de xampus, causa irritação na pele e um provável carcinogênico.

Óleo mineral - a exposição a altos níveis de óleo mineral em indústrias está relacionada a doenças de pele como eczemas, acne e dermatite. Em cosméticos, são usados em concentrações muito menores, por isso são considerados seguros. Aumentam o risco de reações alérgicas.

Uréia - um dos hidratantes mais utilizados em cosméticos, não é indicado para gestantes, porque atravessa a placenta. Todos os produtos com concentração maior do que 3% do ativo devem conter um alerta às gestantes.


Diazolidinyl urea - conservante usado em cremes e xampus doador de formol, substância potencialmente cancerígena.

Triclosan - bacteriostático usado em desodorantes, enxaguantes bucais e alguns sabonetes íntimos femininos. Apontado como um carcinogênico escondido, ou seja, pode aumentar a probabilidade de uma pessoa pré-disposta a desenvolver câncer.

2 comentários:

  1. Olá, Stella,
    Você sempre fala em óleo essencial, podemos usar a essência pura também?
    bjim,
    p.s: ficou lindo o blog! parabéns

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  2. Oi Teresa! Fico feliz que vc tenha gostado do Blog - apareça sempre e faça suas perguntas!
    Então: não aconselho a aplicação direta de óleo essencial sobre a pele - o melhor é sempre diluí-lo num "carreador", como chamamos, do tipo óleo vegetal (se desejar passar no corpo por ex) ou mel (se quiser colocar num banho). Muitos livros prescrevem óleo essencial na banheira diretamente mas é um erro pois nenhum óleo essencial dilui na água e pode ser nocivo ao entrar em contato direto com a pele.
    No entanto, em caso de queimadura leve, costumo usar o óleo mais seguro de todos, fantástico para este tipo de problema - o de Lavanda, uma gotinha...costumo também acrescentá-la ao mel que consumo diariamente, para aromatizar...é delicioso. Tenha sempre garantia da procedência de seus óleos, isso é muito importante, principalmente os óleos de custo muito alto, como o de Rosas, Camomila ou Jasmim (frequentemente "alongados" com outros óleos mais baratos ou até óleos minerais...) um grande beijo - Stella

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