10 de mai. de 2011

A Sálvia que salva...

Pesquisa realizada por Stella Bittar

Óleo essencial de Salvia sclarea
Sage (ing), Sauge (fr), Salvia (it)
Da Família das Labiadas, a Sálvia é uma planta que atinge até 90 cm de altura com folhas ovaladas e macias e flores que vão do branco ao lilás, muito aromáticas. A extração para obtenção do óleo essencial é feita das folhas e flores por destilação a vapor.

A Sálvia  é anti-séptica, hipotensora, estimulante, afrodisíaca, tônica, anti-transpirante, depurativa, diurética, adstringente, anti-espasmódica, digestiva, anti-depressora. Age no hipotálamo, ponto central do sistema nervoso que regula as funções vitais, exercendo atividade estrogênio-like.

Indicações terapêuticas: retenção hídrica e dores musculares; leucorréia (fluxo vaginal), tensão pré-menstrual, climatério, menopausa, amenorréia e dismenorréia (escassez da menstruação e cólicas menstruais), partos laboriosos; convalescença, bronquite e asma ; digestão lenta, estomatite, afta e gengivite ; tratamento de cabelos oleosos, queda de cabelos, caspa, seborréia, piolhos; acnes, pele seca, pele oleosa, dermatite, eczema, machucados, transpiração excessiva.

Psicoaromaterapia: indicada nos casos de depressão, tensão nervosa, tensão pré-menstrual; pânico e  histeria; depressão pós-parto; auxilia os tipos nervosos, fracos e temerários.
Ação energética: Yin e Yang, dependendo da forma e quantidade de uso, atuando principalmente nos Canais Energéticos do Rim, Baço-Pâncreas, Pulmão, Coração. Profunda ação sobre a Mente (Shen).

Nota terapêutica: Venho observando ao longo dos anos nos pacientes a eficácia dos óleos corporais (Blends aromaterápicos) preparados com uma base de óleo vegetal e óleo essencial de Sálvia nos casos de cólicas menstruais e menstruação escassa, retenção hídrica, problemas respiratórios, cansaço extremo ou convalescença, partos laboriosos, sintomas do climatério e da menopausa.
Já nos casos de TPM marcada por tristeza ou irritabilidade, depressão nervosa, depressão pós-parto, pânico, percebo resultados melhores quando o óleo de Sálvia é administrado na forma de spray, por inalação, em conjunto com outros óleos como os de Lavanda, Rosa, Gerânio e óleos cítricos.
Ao meu ver, assim como a Lavanda, o Gerânio e a Rosa, a Sálvia carrega marca energética profundamente feminina.


Se não possui o Óleo, use a Planta!!!!!

Uso interno:
Menstruação dolorosa e distúrbios da menopausa: 3 colheres de sopa da erva em 1 garrafa de vinho branco. Deixar em maceração por 8 dias. Coar. Tomar 1 cálice, 3 X ao dia, no caso de menstruação dolorosa, durante os 10 dias que precedem a menstruação.

Digestão difícil, resfriados, sudorese excessiva: Infusão de 1 colher de sobremesa da erva e flores em 1 xícara de chá de água fervente. Deixar abafar. Tomar 1 xícara 2 X ao dia.

Uso externo:
Gripes e congestão nasal: inalação do seu infuso (ou 2 gotas do óleo numa tigela de água fervente).
Não ultrapassar 15 minutos de exposição aos vapores. Não sair ao sereno após o uso.

Feridas e piolhos: Adicionar 1 xícara de vinagre branco em 3 colheres de sopa da erva. Deixar em maceração. Coar e espremer o resíduo. Aplicar nos locais afetados com um chumaço de algodão. Em caso de piolhos, aplicar no couro cabeludo e na nuca, deixar agir por 2 horas. Lavar a cabeça e passar o pente fino.

Mau hálito, afecções da boca, dentes manchados: 2 colheres de sopa em 1 xícara de álcool de cereais a 70%. Macerar por 10 dias. Coar e armazenar em frasco escuro. Tomar 1 colher de chá diluída em água antes das refeições. Em caso de dentes manchados, utilizar o líquido durante a escovação.

USO CULINÁRIO: A sálvia mistura-se bem ao alecrim, orégano, salsa e louro. É ótima para temperar tomates, batatas, vegetais, carnes, peixes mas deve ser utilizada com moderação.


Curiosidades da Botânica antiga...

Originária do sul da Europa, seu nome vem do latim salvare, ou seja, salvar, curar.
Há muito vem sendo utilizada como um grande remédio. Os Gregos já a utilizavam por suas propriedades digestivas. No Sul da França havia um ditado que dizia: “aquele que possui sálvia no seu jardim, não necessita de médico”.

Para os Gregos e Romanos esta planta salvava não somente o corpo físico como também a alma, por isso sua grande presença nos rituais de magia e nos funerais.

À esta “Erva de Júpiter” sempre foram atribuídos poderes extraordinários. Na Europa da Idade Média conferiam-lhe poderes ocultos. Os Xamãs da América do Norte sempre a utilizaram para afastar maus espíritos e purificar.
Até os dias de hoje, nos rituais populares, a sálvia, assim como a arruda, a lavanda, o alecrim, a hortelã, o tomilho, o capim-limão, o manjericão, manjerona, o funcho, a erva-luiza, são alguns exemplos de ervas muito utilizadas para “limpeza e purificação” de pessoas e ambientes.
Hildegarde Von Bingen, abadessa do séc XII e grande conhecedora das ervas medicinais, diz : A Sálvia é de natureza quente e seca. Ela é boa para comer crua ou cozida por aqueles que sofrem de humores nocivos, acalmando tais humores...”


Deve-se respeitar as doses recomendadas e não se submeter ao seu uso durante longos períodos.
Gestantes, lactantes ou epiléticos não devem administrá-la.
As indicações acima não substituem tratamento médico.